O PIB angolano em dólares, que ocupava o último lugar do pódio da região desde 2004, foi superado pelos do Quénia e da Etiópia em 2019, do Gana e da Tanzânia em 2020 e ficará atrás do da Costa do Marfim em 2021.
Segundo escreve o Jornal Mercado, a culpa é da desvalorização do kwanza e da descida do preço do petróleo, agravada pela quebra da produção.
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De acordo ainda com o Jornal que cita dados do Fundo Monetário Internacional, o critério de ordenação das maiores economias é o produto interno bruto (PIB) a preços correntes convertido para dólares à taxa de câmbio do mercado.
Embalada pela Paz e pelos aumentos simultâneos do preço e da produção do petróleo, Angola subiu ao pódio das economias subsarianas em 2004 com um PIB de 23,6 mil milhões USD que lhe deu o terceiro lugar atrás da África do Sul e da Nigéria com 228,9 mil milhões USD e 130,3 mil milhões USD, respectivamente, permanecendo nesse mesmo lugar até 2018.
Em 2019 Angola caiu para quinto lugar com um PIB de 89,6 mil milhões USD, ultrapassada pelo Quénia (95,4 mil milhões USD) e pela Etiópia (92,8 mil milhões USD).
No ano passado, nova queda de dois lugares. Na sequência de um trambolhão do PIB para 61,9 mil milhões USD, Angola caiu para sétimo lugar, superada pelo Gana (67,3 mil milhões USD) e pela Tanzânia (64,1 mil milhões USD).
Em 2021 as projecções do FMI colocam o PIB angolano no oitavo lugar do ranking da África Subsariana com 61,4 mil milhões USD ultrapassado pelos 71,1 mil milhões USD da Costa do Marfim, sexta economia de África Subsariana, que também deixa para trás a Tanzânia, sexta com 67,6 mil milhões USD.
A culpa do trambolhão de Angola será em primeiro lugar da desvalorização do kwanza que, na sequência da liberalização da taxa de câmbio em 2018, perde cerca de 62% do seu valor para o dólar entre 2018 e 2021, de acordo com previsões do FMI considerando as taxas de câmbio médias anuais implícitas na sua base de dados.
Segundo a mesma fonte, a moeda etíope desvaloriza “apenas” 37% e a do Gana 25%. Seguem-se as divisas da África do Sul e da Nigéria e com recuos de 19% e 15%, respectivamente, e do Quénia e Tanzânia, com 8% e 4%, por esta ordem. A única das oito maiores economias que vê a sua moeda ganhar ao dólar no mesmo período foi a Costa
do Marfim que valorizou 4%.
O petróleo que representa mais de 30% da economia angolana também deu uma ajuda no tombo do país de terceiro para oitavo lugar no ranking das economias subsarianas. As projecções do FMI apontam para uma queda do preço médio do crude de 34% entre 2018 para 2021. Situação agravada pela quebra da produção de crude em 11,6% no mesmo período, segundo a mesma fonte.
Se em vez do PIB convertido às taxas de câmbio de mercado usarmos o PIB em PPP, paridade do poder de compra na sigla em Inglês, Angola melhora sua posição no ranking
de 2021 para quinto lugar com 228,5 mil milhões USD atrás da Nigéria (1,1 biliões USD) África do Sul (748 mil milhões USD), Etiópia (278 mil milhões USD) e Quénia (260 mil milhões USD), respectivamente.
Se em vez do PIB absoluto em USD do mercado usarmos o PIB por habitante, o País nem sequer está no Top 10 dos mais ricos: ocupa o décimo sexto lugar, com 1 920 USD numa lista comandada pelas Ilhas Seicheles com 12 648 USD.
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